A “ração humana” (ou “farinata”, como a prefeitura de São Paulo chama) ganhou os noticiários no final do mês passado como um produto alimentício que a prefeitura formulou para fornecer nas escolas municipais e para as pessoas de baixa renda.
Acontece que há muito mistério em torno desse produto: não se sabe exatamente onde e como é feito, só se sabe que ele é formulado a partir de produtos ultraprocessados perto do vencimento. Isso compromete vários princípios da nutrição e é um absurdo sem tamanho. Só para citar alguns deles:
✔️ Fere o direito humano à alimentação adequada (DHAA);
✔️ Não promove a segurança alimentar e nutricional (SAN);
✔️ Assume que essa população não possui cultura alimentar;
✔️ Transforma a nutrição em nutricionismo, a partir do momento que se pensa a alimentação somente sob o ponto de vista dos nutrientes, e não a alimentação como algo social, psicológico e cultural.
Então ração humana NÃO é a solução para a fome, e muito menos para crianças em plena fase de desenvolvimento.
Nós como nutricionistas devemos lutar para que todos tenham assegurado o direito à alimentação adequada, com alimentos frescos e respeitando os hábitos regionais.
Ração humana? Dispense. Qual a sua opinião? Me conta aqui nos comentários!