Você já ouviu falar de burnout?
É uma síndrome caracterizada pela exposição prolongada a estresse ocupacional não manejado, ou seja, relacionado ao trabalho. Ela se manifesta por três pontos principais: exaustão emocional devido ao excesso de trabalho; despersonalização, com apatia consigo mesmo e com os outros; e sentimento de fracasso profissional, ausência de realização profissional (Trends Cardiovasc Med. 2018 Jan;28(1):1-7).
Nos profissionais de saúde a síndrome de burnout é especialmente preocupante, pois a incidência é maior do que na população em geral. Em um estudo conduzido com nutricionistas do Canadá, observou-se que 57% dos nutricionistas apresentaram burnout moderada ou grave (J Hum Nutr Diet. 2010 Jun;23(3):238-43).
Mas por que tantos casos de burnout nos profissionais de saúde? Por uma série de motivos. Falta de cuidado com a vida pessoal, jornadas de trabalho exaustivas, remuneração baixa, alta competitividade, necessidade constante de atualização e estudo, absorver a carga de responsabilidade pela saúde do paciente, dentre outros. Além disso, Waldo (2015) aponta que faltam os 3R: relaxar, refletir e reagrupar (J Am Coll Cardiol. 2015 Sep 15;66(11):1303-1306). O artigo dele foi voltado para evitar burnout em médicos residentes em Cardiologia, mas é perfeitamente aplicável para todas as profissões de saúde:
Relaxar envolve fazer atividade física, ter pausas laborais, momentos de comunhão com os colegas de trabalho. Refletir é sobre elaborar sentimentos do passado, condutas que já fez, emoções não vividas e efetivamente vive-las, para que não somatizem – fazer terapia que é muito útil. Reagrupar, por sua vez, é adotar atitudes que façam a pessoa reconectar com seu ambiente de trabalho: desde elaborar novos protocolos para a rotina até discutir condutas com colegas.
É muito mais difícil tratar do que prevenir burnout. Então vamos cuidar de nossas vidas pessoais, de nossa saúde mental e buscar propósito em nossas profissões. Combinado?
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