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SAÚDE MENTAL E ALIMENTAÇÃO

Há muitos anos a saúde mental é um grande tema de discussões, já que se percebe o quanto ela é tão essencial ao bem-estar quanto a saúde física.

Desordens mentais podem afetar a cognição, regulação emocional e comportamento do indivíduo. Segundo a OMS, atualmente, 1 a cada 8 pessoas vivem com alguma desordem mental, sendo as mais comuns a depressão e a ansiedade.

Por serem condições que prejudicam muito a funcionalidade da pessoa, muitas pesquisas são feitas para descobrir os mecanismos e possíveis tratamentos que possam atenuar as consequências dessas desordens mentais. Dentre os diversos campos de estudo, é possível ver ganhar força, pesquisas sobre as contribuições que a alimentação poderia gerar nesses casos.

Alguns pontos de atenção são as influências que o padrão alimentar teria ao nível do eixo microbiota-intestino-cérebro, modulando questões de humor, comportamento, hábitos, desejos, sentimentos, todos associados a diversas funções fisiológicas do corpo.

 

 

Existem muitas divergências a esse respeito, mas algumas pesquisas mostram que existe uma relação entre alimentação saudável e a melhora de sintomas depressivos e menor incidência de depressão. Neste caso, o padrão alimentar é baseado em consumo farto de vegetais, frutas, cereais, oleaginosas e leguminosas, assim como consumo moderado de ovos, leite, peixes e gorduras insaturadas.

-E o que o intestino e a microbiota tem a ver com saúde mental?
Ela modula a homeostase e o comportamento através da comunicação química com o sistema nervoso, direta e indiretamente.
Desta forma, o apetite e o padrão alimentar são alterados. As bactérias presentes no intestino conseguem produzir por conta própria neurotransmissores utilizados nessa comunicação, como, por exemplo, a serotonina, que está envolvida em processos depressivos

 

 

Uma função que é bem controlada por uma microbiota saudável, por exemplo, é o estresse. Estima-se que 35-40% das pessoas aumentam seu consumo de comida quando estão sob situações de estresse.
Existem colônias específicas de bactérias que, capazes de mediar esse processo, impedem desequilíbrios hormonais que podem levar a um aumento do consumo de alimentos ricos em calorias, gorduras e açúcar e pobre em nutrientes.

No artigo The Role of the Gut Microbiota in Dietary Interventions for Depression and Anxiety, publicado em 2020, é citado que a microbiota intestinal de indivíduos e modelos animais ansiosos e depressivos é diferente daqueles saudáveis. E que também existem mudanças nos sintomas destas condições através da transferência da microbiota dos saudáveis para os com ansiedade e depressão, os tornando mais ‘’resilientes’’ e vice-versa.

Apesar disto, não existe um perfil de microbiota específico relacionado a depressão ou ansiedade.
Algumas hipóteses e mecanismos que poderiam estar associados à relação entre o intestino, a microbiota, o cérebro e a depressão seriam:

  • Liberação e eficácia comprometida de neurotransmissores
  • Desregulação do sistema imune
  • Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal com atividade e funcionamento alterados
  • Disbiose intestinal
  • Aumento da resposta inflamatória

Nisso, um dos padrões alimentares mais discutidos na minimização da formação de uma microbiota inflamatória e patogênica é a dieta mediterrânea.
Mais recentemente, uma revisão sistemática combinando um total de 20 estudos longitudinais e 21 transversais, forneceu evidências de que uma dieta mediterrânea pode conferir um efeito protetor contra a depressão.

Isso porque a dieta mediterrânea é composta por alimentos de alta densidade nutricional que apresentam de alguma forma propriedades neuroprotetoras, como os antioxidantes ou que estão envolvidas em vias neuroquímicas que regulam o ciclo da homocisteína e sintetizam monoaminas no sistema neural.

Outra dieta descrita como neuroprotetora é dieta MIND que nada mais é que uma combinação de duas dietas: a mediterrânea e a dieta DASH. Seu nome significa The Mediterranean-DASH Diet Intervention for Neurodegenerative Delay , que é português é: Intervenção Mediterrânea-DASH para Atrasos Neurodegenerativos.
Alguns estudos relatam que a adesão a esse padrão dietético associa-se à redução da doença de Alzheimer e da demência, uma vez que inclui alimentos saudáveis para a saúde mental, como:

  • Vegetais de folhas verdes, consumo de 6 ou + porções \ semana
  • Nozes, consumo de 5 ou + porções \ semana
  • Frutas vermelhas, consumo de 2 ou + porções \ semana
  • Leguminosas, principalmente feijões, com consumo de 4 ou + porções \ semana
  • Grãos integrais, consumo de 3 ou + porções \ semana
  • Frutos do mar, consumo de 1 ou + porções \ semana
  • Azeite

A dieta MIND também limita o consumo de manteiga, queijo, carne vermelha, frituras, doces e fast food.
Nesses alimentos “neuroprotetores” encontramos certas vitaminas, carotenóides e flavonóides que se acredita proteger a saúde do cérebro, reduzindo o estresse oxidativo, o deficit cognitivo e a inflamação.
E um nutriente muito presente nesses 2 tipos de alimentação é o ômega 3, conhecido como por ser anti-inflamatório.

Num artigo de revisão publicado na JAMA há menção de uma coorte que mostra que os níveis de ômega 3 são baixos em pessoas com desordens de ansiedade.
Em seguida, relata haver evidências que sustentam que o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosa-hexaenóico (DHA), constituintes do ômega 3, diminuem de maneira significativa a raiva e ansiedade em indivíduos que abusam de substâncias.

Diversos outros nutrientes têm funções de manter a flora bacteriana do intestino saudável, como ferro, vitamina D e polifenóis, mas sua relação com a saúde mental continua sendo investigada, visto que, no geral, há uma escassez de Ensaios Clínicos Randomizados (ECRs) investigando a eficácia da dieta e de nutrientes no tratamento da saúde mental.

Tudo isso faz parte do campo de estudo chamado de Psiquiatria nutricional que foca no desenvolvimento de evidências em torno da alimentação, dieta e nutrição em saúde mental.
Seu intuito é de promover a interação entre nutricionista-psiquiatra-neurocientista no cuidado nutricional de pacientes com doenças crônicas e transtornos mentais, psicológicas e\ou psiquiátricas. Veja abaixo o que ela estuda .

 

 

Atualmente até temos uma sociedade Internacional de Pesquisa em Psiquiatria Nutricional (ISNPR)!
Seu campo de estudo é variado porque a base de evidências científicas ainda é limitada para aconselhamento nutricional em saúde mental!

Ok, agora a pergunta que fica é: como diminuo os prejuízos do estresse e outras desordens mentais, além da mudança da alimentação?

Conheça a Medicina do Estilo de Vida (MEV), uma prática baseada em evidências que incentiva a adoção de comportamentos que melhoram a saúde e a qualidade de vida!!

Algumas estratégias de MEV para manejo de estresse e melhora da saúde mental são:
1. Estabelecer conexões sociais
2. Ter animais de estimação
3. Manter contato com a natureza
4. Encontrar um propósito de vida
5. Tomar banhos quentes para relaxar corpo e mente
6. Estabelecer uma rotina de meditação

Quer saber mais sobre esse assunto? Siga as redes sociais da escola NBE e fique por dentro desse e de vários temas relacionados a saúde e evidências.

Referências:
Diet, Stress and Mental Health. Nutrients 12, no. 8: 2428. doi.org/10.3390/nu12082428

JAMA Network Open. 2018;1(5):e182327. doi:10.1001/jamanetworkopen.2018.2327

The gut microbiota–brain axis in behaviour and brain disorders. Nature Reviews Microbiology. doi:10.1038/s41579-020-00460-0

HEALTH PSYCHOLOGY REVIEW2022, VOL. 16, NO. 2, 280-304
https://doi.org/10.1080/17437199.2021.1923406

(2019) Lifestyle medicine – An evidence based approach to nutrition, sleep, physical activity, and stress management on health and chronic illness. Personalized Medicine Universe. doi:10.1016/j.pmu.2019.05.002

World Health Organization; 2022. Mental disorders.

Jacka, Felice. Nutritional Psychiatry: Where to Next?. Review. Ebio medicine, 2015

Nutritional psychiatry: Towards improving mental health by what you eat. Eur Neuropsychopharmacol. 2019 doi: 10.1016/j.euroneuro.2019.10.011.

Lassale C , Índices alimentares saudáveis ​​e risco de desfechos depressivos: uma revisão sistemática e meta-análise de estudos observacionais. Mol. Psiquiatria , 2018

MIND Diet, Common Brain Pathologies, and Cognition in Community-Dwelling Older Adults. Journal of Alzheimer’s Disease, 2021; 83 (2): 683 DOI: 10.3233/JAD-210107

Effect of MIND diet intervention on cognitive performance and brain structure in healthy obese women: a randomized controlled trial. Sci Rep 12, 2871 (2022). https://doi.org/10.1038/s41598-021-04258-9

Pilar 1 - Prática baseada em evidência

Módulo 1: Bases clinicas do emagrecimento

Aula 1 - O que importa no emagrecimento na estética e obesidade

Aula 2 - Ciência e Pseudociência: como diferenciar?

Aula 3 - Medicina do estilo de vida no emagrecimento: por onde começar?

Módulo 2:  Estagnação de peso

Aula 1 - Efeito Platô e bioquímica do emagrecimento

Aula 2 - Avaliação clínica e marcadores laboratoriais no paciente obeso

Aula 3 - Terapia farmacológica para perda de peso ( Dra Camila Vicente, endócrino)

Aula 4 - Fármacos que levam ganho de peso e estigma da obesidade (Dra Camila Vicente, endócrino)

Aula 5 - Emagrecimento e efeito platô – Debora Gapanowickz

Pilar 2 - Estilo de Vida e o processo de Coaching

Módulo 1: Bases da Medicina do estilo de vida

Aula 1 - Profissional do futuro – coerência/consistência

Aula 2 - MEV na prática: como atender

Aula 3 - Mudança de hábito: não há recomeço, há continuidade

Módulo 2: Comunicação e o processo de Coach

Aula 4 - Comunicação efetiva na consulta e nas mídias

Aula 5 - Entrevista motivacional no atendimento: Aplicações

Aula 6 - O que te faz ser um coach de saúde e bem estar?

Pilar 3 - Estratégias Nutricionais e Suplementação no Emagrecimento

Módulo 1: Estratégias nutricionais nível A de evidência

Aula 1- Como escolher a estratégia clínica mais adequada?

Aula 2 - Crononutrição

Aula 3 - Jejum intermitente → Gustavo Monnerat

Aula 4 - Dieta Cetogênica

Aula 5 - Plant-based e emagrecimento

Aula 6 - Doença Hepática Gordurosa não alcoólica e síndrome Metabólica com Rafael Sales

Módulo 2: Fitoterapia e Suplementação

Aula 1 - Antioxidantes e chás

Aula 2 - Prescrição de Fitoterápicos no Emagrecimento - Com Leandro Medeiros

Aula 3 - Suplementação e modulação intestinal - Com Ana Faller

Aula 4 - Emagrecimento e Estética – celulite, flacidez Com Luisa Wolf

Aula 5 - Gordura localizada – Com Luisa Wolf

Pilar 4 - Saúde mental e a nutrição comportamental

Módulo 1: Ciência do comportamento

Aula 1 - Neuroquímica da alimentação – Ana Carolina Rego

Aula 2 - Aspectos Psicológicos da Alimentação e imagem corporal - com Dra Mabel

Aula 3 - Ansiedade, depressão e emagrecimento sob a ótica do psiquiatra

Aula 4 - Psiquiatria do estilo devida e intervenções

Aula 5 - Como integrar o aconselhamento nutricional na consulta?

Módulo 2: Consulta com foco comportamental

Aula 1 - Top 10 minhas ferramentas e como uso nos atendimentos

Aula 2 - Lidando com a impulsividade e ansiedade – comer emocional com Dra Mabel

Aula 3 - Impulsividade alimentar com Alice Guimarães

Aula 4 - Condutas no paciente beliscador e comer social (distraído)

Aula 5 - Síndrome do Comer noturno com Dra Mabel

Pilar 5 - Exercício físico e recomposição corporal

Módulo 1: Exercício sob o olhar do educador físico

Aula 1 - Comportamento sedentário e saúde- Bruno Smirmaul

Aula 2 - Exercício físico para perda de gordura corporal com Diego Viana

Aula 3 - Exercício e adaptações cardiometabólica: na prática com Gustavo Santos

Módulo 2: Estratégias nutricionais no exercício físico

Aula 1 - Estratégias nutricionais para hipertrofia muscular

Aula 2 - Carboidratos na síntese muscular e desempenho físico

Aula 3 - Treino e recursos ergogênicos: creatina, cafeína, nitrato

Aula 4 - Recovery no exercício - Com Leticia Penedo

Aula 5 - Hipertrofia em mulheres - com Flavia Sobreira

Pilar 6 - Medicina do Estilo de Vida

Módulo 1: Sono e álcool

Aula 1 - O Autocuidado no emagrecimento

Aula 2 - Manejo do consumo de Álcool - Com Daniela tello

Aula 3 - Rituais e higiene do Sono

Aula 4 - MEV e emagrecimento – com Sley Tanigawaley

Módulo 2: Estresse

Aula 1  - Mindfulness: como praticar?

Aula 2 - Como gerenciar o estresse?

Aula 3 - Práticas corpo e mente Mindfulness

Aula 4 - Ayurveda - Com Duda Witt

O ACESSO AO CURSO MÉTODO 3E

Assim que você se matricular na Formação, poderá acessar o Método 3E - O SEU PROCESSO DE AUTOCUIDADO na íntegra.
e ele será a sua ponte de reconexão com autocuidado e alimentação. O valor do M3e para alunos formandos é de R$5,00

CLÍNICA ESCOLA

Ao se matricular, você terá acesso exclusivo aos encontros ao vivo da Clínica Escola! Essas sessões acontecem quinzenalmente e são repletas de aprendizado e prática. Juntos, vamos resolver casos clínicos e discutir condutas com especialistas renomados. Prepare-se para explorar uma variedade de temas, incluindo hipertrofia, seletividade alimentar, simulação de consulta ao vivo, exercício e Saúde Cardiovascular, Como lidar com o paciente resistente, Neurobiologia do comportamento alimentar, Nutrição e fertilidade, Fitoterapia no Emagrecimento e muito mais. Além disso, você terá acesso a um acervo incrível com mais de 22 encontros já gravados.

GRUPO EXCLUSIVO NO WHATSAPP

Você terá acesso e poderá participar se quiser, do grupo exclusivo no whatasapp - rede de formandas onde terá a oportunidade de trocar com profissionais de todo o país que já passaram pela formação e tem os mesmos propósitos que você.

CURSOS BÔNUS

Você terá acesso a cursos exclusivos que vão ampliar seu olhar e te dá ainda mais segurança e prática clínica
- Curso de suplementação e interpretação de exames com José Aroldo
- Curso de transtorno de compulsão alimentar com Anna Carolina Rego
- Curso de novas abordagens na comunicação para profissional de saúde: Olhar do psicólogo com Luiza Gallas

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