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Dieta Climateriana: Mais uma moda?

Já ouvi falar na dieta climateriana? Não é veggie, paleo, low carb ou plant based! É a dieta do clima! Ela envolve escolher o que você come com base na pegada de carbono de diferentes alimentos, avaliando o impacto ambiental. Para isso você precisaria conhecer a pegada de carbono dos alimentos,que é a quantidade emitida de gases de efeito estufa durante o ciclo de vida do alimento.

Climaterianos (climatarian) tendem a comer o que é menos prejudicial ao meio ambiente, preferindo o consumo de alimentos vegetais já que os de origem animal (carnes vermelhas, laticínios) têm uma maior pegada de carbono, gastando mais recursos (água e solo). Sabia que quase 30% das pegadas vêm da produção de alimentos?

Eles ainda avaliam desde o preparo, o transporte ao consumidor, a sazonalidade até o desperdício gerado pela ausência de aproveitamento integral dos alimentos. Em si, essa escolha alimentar contempla:

– Consumo de alimentos produzidos localmente;
– Consumo de carnes com baixo impacto ambiental, priorizando o bem-estar animal
– Aproveitamento integral dos alimentos (caroços, cascas, etc.);
– Diminuição do desperdício
– Uso de embalagens reutilizáveis
– Priorizar alimentos da safra

-> E por que isso é importante?

Porque isso envolve toda a cadeia produtiva de alimentos, desde transporte, processamento, preparo de alimentos aos desperdícios e resíduos gerados pelo consumo! (1) De acordo com um estudo da Nature Food (2021) que criou o 1º banco de dados global sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) relacionados aos alimentos cobrindo todos os países e sistemas alimentares do mundo, desde a agricultura até o descarte, entre 1990 a 2015,os sistemas alimentares são responsáveis ​​por mais de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa!

(2) Já o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que 8-10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas a alimentos que não são consumidos, o que equivale a , em média,1,3 mil milhões de toneladas por ano ! Isso é ainda mais grave ao se pensar que atualmente mais de 811 milhões de pessoas passam fome diariamente!

(3)No Brasil, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE, o Brasil está entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa para a atmosfera, sendo que o atual sistema de produção de alimentos é responsável por 20 a 30% das emissões de gases de efeito estufa, com a pecuária e monocultura levando a perda de grande parte da biodiversidade, além da contaminação dos ambientes marinhos.

(4) Pelo FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) , a posição do Brasil é ainda pior! Somos o 4 º país do mundo líder em pegadas de carbono!

(5) Pesquisas e livros da USP (Footprints of foods and culinary preparations consumed in Brazil, 2019) já retrataram um pouco mais sobre essas pegadas ecológicas, hídricas e de carbono de alimentos e preparações culinárias brasileiras!

Mas, de quanto de pegada de carbono estamos falando?

(6;7;8)Vamos citar os 2 mais pesquisados: a pecuária e a agricultura.O gado (criado tanto para carne como para leite, bem como para produtos não comestíveis) são as espécies animais responsáveis ​​pela maior parte das emissões, representando cerca de 65% das emissões do setor pecuário, segundo o FAO. Ainda estima-se que 20% da produção de carne seja perdida ou desperdiçada, Já devido à agricultura foram mais 9,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2eq), segundo a mesma organização. Para alimentos há o destaque para bife, frango, ovos, leite, trigo e arroz (mostrar foto da pegada ecológica)

-> Mas, essa dieta é tão diferente assim de outras que prezam pelo maior consumo de vegetais?

(6;8)Nem tanto, alguns estudos notam semelhanças entre essa nova dieta e a dieta Mediterrânea, considerada um exemplo de dieta sustentável por sua qualidade nutricional aliada ao baixo impacto ambiental. E entre a dieta vegetariana onde há o baixo\ nenhum consumo de derivados cárneos.

(9) Outra semelhança é com o documento elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre dietas saudáveis e sustentáveis que preconiza um padrão dietético de baixo impacto ambiental, logo com uma pegada de carbono moderada, para que haja qualidade de vida, segurança alimentar e nutricional,respeito a biodiversidade, os ecossistemas e a cultura, sendo economicamente acessível.

Então, apesar de não ter estudos diretos sobre essa dieta, ela não é necessariamente restritiva, mas usa do conceito de que a alimentação saudável também precisa ser mais sustentável para o planeta!
A dieta do climateriano pode ser adaptada a cada pessoa, sendo que a escolha dos alimentos incluirá escolhas mais ambientalmente corretas, na medida do possível.
Ao invés de mais uma moda, quem sabe esse será o futuro? A saúde do ser humano e a do planeta devem andar de mãos dadas!
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Referências:
1- Crippa, M., Solazzo, E., Guizzardi, D. et al. Food systems are responsible for a third of global anthropogenic GHG emissions. Nat Food 2, 198–209 (2021). https://doi.org/10.1038/s43016-021-00225-9

2- Relatório do Índice de Resíduos Alimentares do PNUMA 2021. Disponível em: https://www.unep.org/resources/report/unep-food-waste-index-report-2021

3- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: IBGE; 2012.

4 – FAO.Os sistemas alimentares são responsáveis ​​por mais de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. Disponível em: https://www.fao.org/news/story/en/item/1379373/icode/

5- Josefa Maria Fellegger Garzillo et al.Footprints of foods and culinary preparations consumed in Brazil. São Paulo : Faculdade de Saúde Pública da USP, 20196- Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentar o futuro: uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar. E-book n.° 43. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2017.

7 – UNICEF. The State of Food Security and Nutrition in the World 2021, 2021.
Triches, Rozane MárciaSustainable diets: definition, state of the art and perspectives for a new research agenda in Brazil. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2021, v. 26, n. 5

8 – UNICEF. The State of Food Security and Nutrition in the World 2021, 2021.

9 – FAO; WHO. Sustainable healthy diets – Guiding principles. Rome: FAO and WHO, 2019.
DOI: 10.4060/CA6640EN

Pilar 1 - Prática baseada em evidência

Módulo 1: Bases clinicas do emagrecimento

Aula 1 - O que importa no emagrecimento na estética e obesidade

Aula 2 - Ciência e Pseudociência: como diferenciar?

Aula 3 - Medicina do estilo de vida no emagrecimento: por onde começar?

Módulo 2:  Estagnação de peso

Aula 1 - Efeito Platô e bioquímica do emagrecimento

Aula 2 - Avaliação clínica e marcadores laboratoriais no paciente obeso

Aula 3 - Terapia farmacológica para perda de peso ( Dra Camila Vicente, endócrino)

Aula 4 - Fármacos que levam ganho de peso e estigma da obesidade (Dra Camila Vicente, endócrino)

Aula 5 - Emagrecimento e efeito platô – Debora Gapanowickz

Pilar 2 - Estilo de Vida e o processo de Coaching

Módulo 1: Bases da Medicina do estilo de vida

Aula 1 - Profissional do futuro – coerência/consistência

Aula 2 - MEV na prática: como atender

Aula 3 - Mudança de hábito: não há recomeço, há continuidade

Módulo 2: Comunicação e o processo de Coach

Aula 4 - Comunicação efetiva na consulta e nas mídias

Aula 5 - Entrevista motivacional no atendimento: Aplicações

Aula 6 - O que te faz ser um coach de saúde e bem estar?

Pilar 3 - Estratégias Nutricionais e Suplementação no Emagrecimento

Módulo 1: Estratégias nutricionais nível A de evidência

Aula 1- Como escolher a estratégia clínica mais adequada?

Aula 2 - Crononutrição

Aula 3 - Jejum intermitente → Gustavo Monnerat

Aula 4 - Dieta Cetogênica

Aula 5 - Plant-based e emagrecimento

Aula 6 - Doença Hepática Gordurosa não alcoólica e síndrome Metabólica com Rafael Sales

Módulo 2: Fitoterapia e Suplementação

Aula 1 - Antioxidantes e chás

Aula 2 - Prescrição de Fitoterápicos no Emagrecimento - Com Leandro Medeiros

Aula 3 - Suplementação e modulação intestinal - Com Ana Faller

Aula 4 - Emagrecimento e Estética – celulite, flacidez Com Luisa Wolf

Aula 5 - Gordura localizada – Com Luisa Wolf

Pilar 4 - Saúde mental e a nutrição comportamental

Módulo 1: Ciência do comportamento

Aula 1 - Neuroquímica da alimentação – Ana Carolina Rego

Aula 2 - Aspectos Psicológicos da Alimentação e imagem corporal - com Dra Mabel

Aula 3 - Ansiedade, depressão e emagrecimento sob a ótica do psiquiatra

Aula 4 - Psiquiatria do estilo devida e intervenções

Aula 5 - Como integrar o aconselhamento nutricional na consulta?

Módulo 2: Consulta com foco comportamental

Aula 1 - Top 10 minhas ferramentas e como uso nos atendimentos

Aula 2 - Lidando com a impulsividade e ansiedade – comer emocional com Dra Mabel

Aula 3 - Impulsividade alimentar com Alice Guimarães

Aula 4 - Condutas no paciente beliscador e comer social (distraído)

Aula 5 - Síndrome do Comer noturno com Dra Mabel

Pilar 5 - Exercício físico e recomposição corporal

Módulo 1: Exercício sob o olhar do educador físico

Aula 1 - Comportamento sedentário e saúde- Bruno Smirmaul

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Aula 3 - Exercício e adaptações cardiometabólica: na prática com Gustavo Santos

Módulo 2: Estratégias nutricionais no exercício físico

Aula 1 - Estratégias nutricionais para hipertrofia muscular

Aula 2 - Carboidratos na síntese muscular e desempenho físico

Aula 3 - Treino e recursos ergogênicos: creatina, cafeína, nitrato

Aula 4 - Recovery no exercício - Com Leticia Penedo

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Pilar 6 - Medicina do Estilo de Vida

Módulo 1: Sono e álcool

Aula 1 - O Autocuidado no emagrecimento

Aula 2 - Manejo do consumo de Álcool - Com Daniela tello

Aula 3 - Rituais e higiene do Sono

Aula 4 - MEV e emagrecimento – com Sley Tanigawaley

Módulo 2: Estresse

Aula 1  - Mindfulness: como praticar?

Aula 2 - Como gerenciar o estresse?

Aula 3 - Práticas corpo e mente Mindfulness

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