Já se sabe hoje que refrigerantes, sucos industrializados, chás industrializados e demais bebidas adoçadas contribuem de forma expressiva para o aumento de peso e para o desenvolvimento de algumas condições clínicas, tais como diabetes mellitus tipo 2. Em alguns países desenvolvidos os governos já adotaram medidas para tentar frear esse consumo, tais como a taxação alta dessas bebidas, na esperança de que o preço elevado faça a população consumir menos. Essa medida é parecida com o que houve com o cigarro em diversos países e que deu muito certo. Mas com as bebidas deu certo?
Tomando a cidade de Berkeley, Califórnia (EUA) como exemplo, vamos analisar os dados. Lá houve a taxação dessas bebidas em 2015. Após um ano da taxação, pesquisadores de universidades norte-americanas avaliaram se houve diferença ou não no comportamento alimentar da população.
Falbe e colaboradores (2016) mostraram que lá nessa cidade houve diminuição de 21% na ingestão de bebidas adoçadas e aumento de 63% na ingestão de água! Silver e colaboradores (2017), por sua vez, avaliaram as vendas de bebidas em geral nos mercados e comércios da cidade, e mostraram que as pessoas compram agora 15,6% mais água e 4,37% mais sucos e chás naturais!
Ou seja, os estudos já conseguem mostrar que essa é uma alternativa muito eficaz para reduzir a venda e o consumo desse tipo de bebida. Claro que isso não substitui a orientação e o acompanhamento nutricional, e muito menos a reeducação alimentar, mas pode ser uma política pública aliada nossa.
O que você pensa sobre o assunto? Me conta aqui nos comentários, vamos debater!
REFERÊNCIAS
FALBE, J. et al. Impact of the Berkeley excise tax on sugar-sweetened beverage consumption. American journal of public health, v. 106, n. 10, p. 1865-1871, 2016.
SILVER, L. D. et al. Changes in prices, sales, consumer spending, and beverage consumption one year after a tax on sugar-sweetened beverages in Berkeley, California, US: A before-and-after study. PLoS medicine, v. 14, n. 4, p. e1002283, 2017.