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Celulite e nutrição: como a alimentação pode contribuir?

Será que a mudança no padrão alimentar pode auxiliar na redução da celulite?
A alimentação pode ser sim um fator agravante na prevenção da celulite.
Uma explicação simples seria que o excesso de inflamação causada pelo consumo alimentar inadequado causa a desestruturação do colágeno da pele, o que acaba por influenciar na firmeza da pele e aumento da celulite! A retenção hídrica também influencia nesse processo.

O sucesso no tratamento da celulite está intimamente ligado ao entendimento de sua fisiopatologia

  • Mas afinal, qual o mecanismo de desenvolvimento da celulite?

Inicialmente, seu nome científico é lipodistrofia ginoide (GLD). Ela é caracterizada por ser um processo inflamatório de desordem estrutural e bioquímica do tecido celular , que afeta os tecidos adiposos e subcutâneos, com o acúmulo de gordura subcutânea, redução da circulação venosa e influência do hormônio sexual estrogênio que induz à retenção de líquidos.

Dessa forma, a topografia da pele é modificada.

Tais alterações derivam em depressões da pele, localizadas principalmente nas nádegas, membros inferiores, ao redor das coxas, quadris, região pélvica e abdômen, as áreas onde o tecido adiposo é depositado em maior quantidade nas mulher.
A celulite tende a acometer o sexo feminino entre 15 e 45 anos, ou seja, no começo da puberdade até o final da fase reprodutiva da mulher, no início da menopausa.

E cerca de 85% das mulheres apresentarão algum grau de celulite em alguma fase da vida como na gravidez ou durante tratamento hormonal.

Outros fatores que estão diretamente ligados ao desenvolvimento de celulite:

1 – Genética

Alguns polimorfismos genéticos no tecido subcutâneo estão relacionados à GLD

2 – Hormônios

O desenvolvimento de celulite ocorre em maior número em mulheres do que homens. A causa hormonal explica isso. Os processos hormonais estrogênicos provocam a lipogênese e inibem a lipólise, o que resulta em hipertrofia do tecido adiposo.

Até por isso é observado uma correlação casual no aparecimento e exacerbação de celulites durante durante os períodos de alto estrogênio, ou seja, durante a gravidez, amamentação, menstruação e uso de anticoncepcionais orais ou terapia de reposição hormonal em mulheres na pós-menopausa. Alguns autores especificam o estrogênio como o principal fator causador da ocorrência de GLD.

3 – Inflamação crônica vascular e de baixo grau
Disfunções do endotélio vascular e distúrbios da circulação microvascular e linfática do tecido adiposo subcutâneo, principalmente nas nádegas e coxas ocasionam uma maior predisposição ao aumento do microedema nas camadas de gordura subcutânea que podem influenciar no aparecimento da celulite.
Pessoas com insuficiência vascular periférica podem ter a celulite agravada.

A celulite ainda ocorre em 4 estágios evolutivos na fisiopatologia envolvendo alterações na hipoderme:

  1.  Modificações na permeabilidade capilo-venular-linfática, com estase linfática, bem como ectasia capilar, micro-hemorragias, proliferação de fibroblastos, edema intercapilar e interadipocitos
  2. Intensificação da fibroplasia e edema que causa alterações metabólicas e resulta em hiperplasia e hipertrofia da estrutura reticular. Essa fase corresponde ao aspecto de “casca de laranja” ou aquelas covinhas da pele tipo queijo cottage .
  3. Acentuação dos fenômenos precedentes e formação de micronódulos adiposos, visto que as fibras de colágeno se juntam ao redor dos adipócitos, ocasionando uma hiperplasia do colágeno.
  4.  Desenvolvimento de esclerose que induz a formação de macronódulos adiposos. Pode haver presença de nódulos palpáveis.Nos casos de avanço significativo dessas alterações, os nódulos podem vir acompanhados de dor, ressecamento e afinamento da pele que recobre a área alterada.

Também existe uma escala de definição de grau de celulite:

A Escala de Gravidade da Celulite (CSS) da classificação alfanumérica de Hexsel e Dal’forno é uma ferramenta de seleção para formar a gravidade porque é baseada em cinco aspectos clínicos e morfológicos:
(1) número de depressões evidentes, (2) profundidade das depressões, (3) aparência morfológica da superfície da pele, (4) grau de flacidez. Cada um deles é classificado de 0 a 3.
A soma de todos os itens mostra a gravidade da GLD: leve, moderada ou grave (Tabela 1 e Tabela 2) (Atamoros Pérez, 2018).

 

Tabela 1

E como a alimentação pode ajudar nesse processo?

Inicialmente, a perda de peso reduz o grau de inflamação cutânea. Assim como o reganho de peso aumenta!
Por isso, tente efeito o reganho frequente de peso, o efeito sanfona, já que isto impacta não só no peso, mas na saúde da pele

Além disso, é preciso entender que o efeito da perda de peso na gravidade da celulite não foi sistematicamente estudado e continua sendo uma preocupação comum tanto de pesquisadores e pacientes. A celulite é uma condição complexa e tratamentos como a perda de peso têm efeitos variáveis ​​na melhora ou piora dessa condição.

Uma alimentação adequada é o que vai participar significativamente na formação e piora da aparência da celulite.
Não há dúvida de que o estilo de vida inadequado é um importante acelerador da síndrome. A ingestão excessiva de alimentos ricos em gorduras, tem sido associada ao desenvolvimento de diversos distúrbios metabólicos, incluindo a hiperinsulinemia, condição que pode aumentar a lipodistrofia.

O alto consumo de alimentos gordurosos, com alto teor de sal, conservantes e açúcar tem sido associada ao desenvolvimento de diversos distúrbios metabólicos que podem aumentar a lipodistrofia e a retenção hídrica.
Uma dieta com alta ingestão de carboidrato refinado pode provocar hiperinsulinemia e promover a lipogênese, levando a um aumento de gordura corporal, aumentando assim a celulite.

Dessa forma, reduza o consumo de produtos à base de açúcar e farinha brancos (panificação, confeitaria, biscoitos e guloseimas), refrigerantes e bebidas industrializados, carnes gordurosas, embutidos, sal em excesso, frituras e ultraprocessados.

Aumente o consumo de alimentos que possuem compostos antioxidantes como frutas, verduras, oleaginosas, leguminosas e alguns chás como chá verde e preto. Prefira consumir frutas, vegetais e hortaliças fonte em fibras, em nutrientes antioxidantes como antocianinas, resveratrol, flavonoides, polifenóis, zinco, coenzima Q10 e vitamina A e C.
Não se esqueça do consumo de água!

A água é fundamental para todos os processos do nosso corpo! Nada adianta se alimentar adequadamente se não hidratamos as nossas células!!

Com uma alimentação saudável é possível auxiliar na diminuição do edema, na melhora da vascularização, na promoção da oxigenação dos tecidos e na redução do processo oxidativo para o restabelecimento da pele, diminuindo, assim, a inflamação do tecido adiposo e, consequentemente, atuando na prevenção e no tratamento da LGD.

  • E quanto a suplementação ou dietas restritivas?
    Pouquíssimos estudos analisam o efeito da suplementação de micronutrientes, compostos antioxidantes ou adoção de dietas específicas para redução da progressão da celulite!
    O papel de uma dieta específica, seja para perda de peso e\ou redução de tecido adiposo e, portanto, redução da gravidade da celulite é ainda controverso. Alguns autores acreditam que a composição da dieta é mais importante do que o perfil calórico para a perda de peso.
    Assim, tente obter os nutrientes através da comida saudável mesmo!

Quanto a fitoterápicos, existem alguns estudos experimentais com Ginkgo Biloba, Centella Asiática, sementes de uvas vermelhas (Vitis vinífera L) e a Castanha da Índia. Contudo, seu uso segundo ANVISA\ Ministério da Saúde e mementos fitoterápicos não são para a celulite em si, mas para o tratamento adjucante de distúrbios circulatórios e\ou insuficiência venosa, inflamações, fragilidade capilar e\ou edema de membros inferiores. Sua ação na celulite seria secundária e ainda está sendo estudada.


Outros pilares da Medicina do Estilo de Vida também impactam nessa condição, como:

  • A falta de atividade física

O sedentarismo aumenta a gravidade da celulite, enfraquecendo a camada muscular dos vasos sanguíneos e causando hemostasia local. Isto leva à hipóxia secundária e isquemia do tecido adiposo.

  • O consumo de álcool

Ingerir bebidas alcoólicas estimula a lipogênese e provoca desidratação corporal, resultando no armazenamento excessivo e inadequado de gordura.

  • Tabagismo

Fumar resulta em quantidades significativamente maiores de radicais livres no corpo e na contração de pequenos vasos sanguíneos responsáveis ​​por deficiências microcirculatórias locais. Isso pode contribuir para o desenvolvimento de GLD, resultando em sua progressão clínica

Como mensagem final, ressalto aqui a importância do tratamento multiprofissional da celulite, junto com dermatologistas, nutricionistas e esteticistas. A celulite pode ser controlada e não completamente curada.
A literatura sobre a causa e o tratamento ainda é limitada, apesar dos vários produtos tópicos dermatológicos e nutricosméticos duvidosos oferecidos.

Por isso, não se esqueça do básico: exercício físico + alimentação adequada + MEV.

Referências:

doi: 10.1111/jocd.12555
doi: 10.1097/01.prs.0000227629.94768.be
doi: 10.5114/ada.2018.77235
INFORMATIVO nutricional: A alimentação e a celulite. UTFPR , 2022
SCHNEIDER, AP et al. Lipodistrofia Ginóide: conceito, etiopatogenia e manejo nutricional. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 2011.
Vital, et al. Eficácia de nutrientes na prevenção e tratamento
da lipodistrofia ginoide, Braspen, 2015
Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 2019. 4ª edição.
Brasil, ANVISA. Memento Fitoterápico, 2016
Brasil,ANVISA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2021
Universidade Federal de Santa Catarina. Memento fitoterápico para prática clínica na AB, 2019.

Brasil,ANVISA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2018

 

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